PENSAMENTOS

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O presente abandonado



Pra começar muito bem o ano compartilho com vocês amigos e leitores.

06:00 da manhã. Despertador me acorda. Levanto para mais uma jornada de trabalho.
Estava com uma corrida marcada às 07:00 no bairro de Laranjeiras.
Desço até meu carro, e faço toda rotina diária. Ligo o carro, espero esquentar, ligo o rádio na estação de notícias, me conecto na internet, vejo e-mails e mensagens para iniciar o dia.
A primeira mensagem que recebo é exatamente da passageira marcada cancelando o serviço. Putz...comecei mal, pensei. Tudo bem, vamos lá! Quem é do rolé sabe trabalhar. Lá fui eu.
Dia chuvoso no rio, cidade voltando a normalidade gradativamente. Fui até a rodoviária onde a probabilidade de pegar passageiro logo cedo é bem grande. Logo ele veio, um homem com cara de desesperado.
- " Amigo! preciso chegar no aeroporto em 20 minutos, será que dá?"
-  Vou fazer o possível companheiro, com essa chuva o transito está ruim.
Partimos e fomos conversando sobre a passagem de ano etc. Percebi que o rapaz estava bastante ansioso com medo de perder seu voo.
- Fica tranquilo irmão, acho que vamos chegar no horário, ( realmente estava bem apertado) confesso que o risco dele perder o voo era grande, falei isso pra confortá-lo. Fiz o que pude como profissional para ajudar o cara, mas precisava de prudência pois a pista estava escorregadia com a chuva.
O rapaz me disse que sempre passou pelo Rio em escalas de voo e nunca visitou a cidade a passeio. Não perdi a oportunidade de convidá-lo a fazer um City Tour na cidade assim que puder e sua aceitação foi positiva.
Bem próximos ao aeroporto, o rapaz me revelou que veio de um voo internacional com escala no Rio onde pegaria outro voo para outra cidade, a qual não me lembro se era São Paulo ou Curitiba. Ele passou pelo free shop e comprou whisky e champagne. Ao chegar na companhia de voo, foi informado que não poderia embarcar com caixa de bebidas. Ele tomou um táxi e foi até a rodoviária para tentar despachar as bebidas por uma transportadora. Ao chegar no local, a empresa de transportes não estava aberta e ele tentou enviar direto por um motorista da linha 1001. O motorista disse que não podia fazer isso, então ele tentou procurar uma agência do correio dentro da rodoviária e não achou. Quando viu a hora ficou desesperado com a perda do voo e tomado por um momento de panico ele simplesmente ABANDONOU em frente ao guichê  da transportadora que estava fechada as duas caixas de bebidas que havia comprado, ele abriu uma caixa , pegou 3 garrafas levou na mão e veio embora.
Já estávamos na porta do aeroporto e eu disse: - Cara uma caixa de whisky aberta na rodoviária a essa hora, já não deve ter mais nada, que doideira ! Ele me disse: - Quem achar que faça bom proveito! me pagou, me deu uma garrafa de presente e saiu correndo para não perder o voo. 
Quando sai com o carro, algo me disse, volta lá na rodoviária que esse presente é seu! Pensei...pensei...pensei...será que estaria lá do jeito que ele deixou?............ E não é que estava! 

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Quem sou eu

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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