PENSAMENTOS

sábado, 14 de novembro de 2015

Procura-se uma liderança



Em tempos de "Os dez mandamentos", parece que a classe dos taxistas do Rio de Janeiro perderam o rumo e não conseguiram atravessar o Mar Vermelho. A foto da publicação simboliza bem a situação dos náufragos que abandonaram seus lemes para tentar carreira solo em grupos de WhatsApp, Associações, Conselhos etc.

Foram tantas reuniões e encontros para realizar um protesto contra a pirataria no dia 11/11/15 que a consumação do protesto deixa uma coisa muito clara, a categoria NÃO ESTÁ unida. O que existe entre eles é AGITAÇÃO! A divisão é notória. Num universo de 33 mil táxis na cidade do Rio e aproximadamente 50 mil taxistas, um protesto com no máximo 500 carros representa 1,5% da categoria, ou seja, NADA! 

O problema da praça nacional é acrônico. Precisamos entender que há uma diferença entre táxis piratas e transporte ilegal. Até nisso erram no foco. Promovem um protesto contra pirataria onde na verdade é transporte ilegal. Pirata é o veículo caracterizado de táxi que não é táxi oficial da cidade. Clandestino é o táxi de outro município que garimpa serviços fora do seu domicilio. Ilegal é quaisquer tipo de transporte remunerado de passageiro não previsto em lei, que é o caso da Uber. O caso Uber é caso de POLÍCIA, isso compete ao Estado e não ao Município. Já pararam pra se perguntar porque o Estado não entrou nessa guerra? Será que há interesse de comprar essa briga, ou tudo não passa de um jogo de cena?

Curiosamente no dia seguinte ao protesto ocorreu uma reunião no DETRO, órgão de fiscalização dos transportes estaduais, que é administrado pelo Sr. Carlos Osório, o mesmo que administrou a SMTR municipal. Osório ganhou as eleições para deputado estadual e nunca assumiu o cargo, sendo rapidamente levado as pastas executivas onde implantou um SEVERO sistema de fiscalização dos transportes. Midiático, aparecia constantemente em rádios e tvs. Seu estilo arrojado agrada alguns, mas com certeza não agrada aos taxistas. Rebocar carros por arranhões, lampadas queimadas, teto sujo e outros pormenores só mostram uma total inclinação ao sistema voraz da arrecadação e implantação do terror psicológico.  Está claro, que Osório está na linha de sucessão a cargos maiores dentro do PMDB. O problema do PMDB é sua máxima da divisão interna. Nessa divisão há dois grupos "disputando" a força do voto dos taxistas cariocas, o grupo do Picciani, Jorge Felipe com seu neto Felipe e Osório. Não é preciso nenhuma bola de cristal pra perceber que a categoria está sendo usada politicamente. Faz-se uma feira do táxi no Rio Centro com fórum de discussão onde na mesa não estão sentados os presidentes dos Sindicatos. O que dizer disso? Rir ou Chorar?

O protesto do dia 11 mostrou uma ferida do presidente da AAMOTAB André Oliveira, apadrinhado por Osório quando secretário do município. O Globo o relatou como líder polêmico com passagem pela polícia e fixa suja na época da eleição. A reportagem coloca em xeque sua suposta liderança, até mesmo por não ter permissão de táxi, e não poder ter cartão de auxiliar. O mesmo tentou se defender nas mídias sociais e nas redes atacando as organizações globo. Organizações aliás, que lhe deram espaço no programa do Canázio na Rádio Globo, logo após sua passagem pela Abrataxi. Alegar que está sendo vítima da estratégia de guerra dividir para imperar é provar um pouco do próprio veneno. O que os taxistas pediram e não tiveram respostas até o momento é que não o veem rodando num táxi, nunca viram seu cartão de auxiliar e como pode existir homônimos com o mesmo nome de mãe nas fichas criminais? De alguma forma os liderados seguem e praticam atos incentivados pelo seu líder. O mesmo chamou de covardes os colegas que não aderiram ao protesto. Em outros tempos, colocou vários taxistas na porta do MP para intimidar o presidente da Abrataxi Ivan Fernandes, nas ações a favor da licitação, foi acionado na justiça e perdeu a causa. Nesse protesto, alguns taxistas atiraram ovos nos vidros dos táxis que passavam com passageiro, atitudes repreendidas por toda população. 

No bojo dessa confusão, o jornal O Globo ainda publica uma foto com o atual presidente da cooperativa da rodoviária, ao lado de André. Logo da rodoviária!! que não carrega uma boa fama histórica de bons taxistas, a qual o atual presidente vinha tentando e até conseguindo realizar um bom trabalho. Entrou de bucha!

Lideres não se auto intitulam. Líderes são seguidos pela massa. Líderes são articuladores e não agitadores, Líderes atraem e não repelem. Líderes são pacifistas. Líderes agregam. Líderes são queridos e amados. Líderes sofrem juntos. Líderes o são de fato e de direito e se elegem com propostas, projetos, exemplos de vida e com o apoio da maioria. SEMPRE!



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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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