PENSAMENTOS

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Tragédia da passarela da Linha Amarela




Comentar essa tragédia que ocorreu no Rio de Janeiro não é nada confortável, ainda mais com a perda de um colega de trabalho.
Entretanto vou me ater a fazer umas observações sobre o assunto.

O primeiro fato a se arguir é: Em que condições se encontrava o motorista do caminhão e seu instrumento de trabalho? Estaria ele treinado e capacitado a guiar o veículo? E o caminhão? Estaria em perfeita ordem técnica de manutenção?

Onde estavam os fiscais da LAMSA e a PM do RJ que permitiram a circulação do veículo em horário não permitido?

E a autorização da prefeitura concedida através da COMLURB, ao caminhão para prestar serviços de retirada de entulho? Estaria em conformidade com as normas legais e contratuais?

Lamentavelmente vidas foram ceifadas por ineficiência e incompetência que precisam ser apuradas.

                   

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Taxista! ser ou não ser?



Amigos e leitores, pela primeira vez abrirei  espaço no meu blog e sairei do seu foco original que é a relação de histórias dos passageiros com os taxistas.

Acho oportuno relatar a todos a realidade que ocorre no mercado de táxi no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Pra resumir bem os fatos e ficarem cientes do que ocorre, nossa profissão foi regulamentada por lei federal e uma associação chamada Abrataxi entrou com uma denúncia no MP do RJ o que replicou em todo pais. Ela impetrou uma ação contra a prefeitura do Rio, questionando a relação das permissões públicas de táxi e o comércio ilegal das mesmas caracterizando um ato inconstitucional. Pede também na ação que quaisquer permissão pública deve ser licitada. Essa "não prática" cria um mercado negro de táxi e o abuso das exploração das diárias contrariando interesses de grupos que estavam acostumados a ganhar sem trabalhar. A prefeitura do Rio perdeu na ação e a sentença foi favorável a Abrataxi.

Por mais que uns odeiem a Abrataxi e outros apóiem incondicionalmente suas idéias e seu trabalho, está retratado a ferida aberta a qual se encontra o mercado de táxi no Brasil e as relações da mão de obra de permissionários ( os que detém a autorização ) e auxiliares do táxi ( os que de fato prestam o serviço a população). Muitos permissionários trabalham no táxi, outros só exploram o serviço cobrando diárias do seu auxiliar. 

Estamos diante de um quadro que foi denunciado pela Abrataxi e o MP em todo Brasil. Mediante isso, não podemos ficar atônitos e letárgicos. O mercado precisa de uma resposta, nós precisamos de uma resposta. É inaceitável um médico, um advogado, empresário, gerente de banco, até mesmo juízes e funcionários públicos de alto escalão, fazerem uso de seus poderes aquisitivos para serem detentores de uma, duas, três, várias permissões pública de táxi, alegando que estão gerando emprego!!! sem ao menos quererem se qualificar como tal. Se hoje a profissão é reconhecida por uma lei capenga feita nas coxas que precisa ser alterada em vários artigos, vamos no mínimo valorizar nosso trabalho e não fazer como as empresas de táxi que colocam qualquer um pra rodar, basta ter CNH e certidões ficha limpa!! Aliás, nós taxistas já precisávamos ser ficha limpa há muito tempo!! e os políticos só agora! depois de uma mobilização nacional da OAB e CNBB!!  Se esses figurões querem continuar com sua permissão, E TEM PLENO DIREITO A ISSO! que se qualifiquem como tal, pois nenhum de nós pode sair dando consulta médica por aí, operando, vendendo imóvel, ou peticionando no fórum;  seríamos enquadrado no exercício ilegal da profissão.

Somos cerca de 300 mil profissionais em todo país e enxergamos somente nossos míseros niqueis que faturamos por dia a duras pena, tendo que rodar de 8 a 16 horas  nos grandes engarrafamentos das capitais! 
Pior agora no Rio! sendo obrigados a rodar 40 horas semanais e monitorados!! é mole ou quer mais? 

Isso é tão pequeno diante do que podemos ser e fazer nesse universo profissional a qual pertencemos que chega a ser patético os que não vem isso! Basta apenas usarmos a palavrinha mágica, "UNIÃO".
Sabem porque é difícil nossa união? Por causa dos defensores da exploração, dos covardes, dos invejosos e avarentos! Esses facilmente defendem seu território e pra isso fazem qualquer tipo de acordo, pois não sabem o que é fraternidade, solidariedade e comunhão. Só pensam no agora e são incapazes de planejar um futuro em pró de todos!.

Reflitam: Qual é o taxista hoje pai de família que viva única e exclusivamente do seu táxi como única fonte de renda! que pode tirar 30 dias de férias, gastar 6 mil, voltar pra casa com a família e continuar com as contas equilibradas? Podemos ter liberdade em nossa profissão, saímos, trabalhamos e chegamos a hora que quisermos! isso é maravilhoso!, mas, temos qualidade de vida? Prestem bem atenção no que estão fazendo conosco!! estão querendo com esse código disciplinar tirar até o que temos de mais valioso, nossa LIBERDADE! 
É justo e correto haver fiscalização dos táxis, não sou contra isso, mas o que estão fazendo na pista com os colegas não é fiscalização é PERSEGUIÇÃO E ABUSO DE PODER! Estamos sendo caçados nas ruas em nome de uma moralidade de mão única! Pra favorecer quem? Prefeito, Secretário, Opositores? Sem falar da tropa de choque de guardas municipais e pardais nos sufocando nas multas! Uma guarda municipal que foi criada com a intenção de proteger o patrimônio público, combater os pequenos delitos, e manter a ordem pública prestando serviços a população. Essa era a finalidade da sua criação quando feita pelo ex-prefeito César Maia. Depois, por meio de um projeto de lei votado na surdina todos viraram estatutários da noite para o dia e se tornaram a tropa de arrecadação do município, canetando todos os motoristas, principalmente os taxistas! O que querem com isso? Fazer politicagem por troca do votos numa possível anulação das multas? Sufocar o taxista até ele não ter condições de manter sua permissão e perdê-la para favorecer os esquemas escusos? 
A mim não enganam, sou consciente do meu pensamento político e filosófico. Se não temos melhores condições de vida e trabalho é pelo simples fato de permitimos não nos organizar como categoria e deixarmos nos fazerem de "Massa de Manobra" por políticos oportunistas que não nos representam!.

E nós taxistas ficamos assistindo tudo de camarote nos atendo a comentar, rir e fofocar que mais um colega se ferrou! (nem todos é lógico). Perceber que todos os atos da prefeitura do RJ é uma cortina de fumaça   em retaliação as ações da Abrataxi na justiça, não é tão difícil assim. Ninguém em sã consciência entrega poder a outrem. Em contra partida, ninguém conquista poder sem luta. 

O debate gerado na classe é muito salutar, isso nos faz crescer. Na minha opinião chegou tarde.
Muitos outros pontos podem ser abordados e debatidos: Ex: Os que ganharam autonomia e venderam por uma bagatela, os que ganharam autonomia pra trabalhar e colocaram 2 auxiliares, os lucros que os lojistas aferem nessas operações, a corrupção no órgão público, a soberba de algumas cooperativas, a máfia dos pontos, os carros particulares clandestinos prestando serviços de táxi, o monopólio dos aplicativos de táxi por internet que cedo ou tarde irão cobrar pelo serviço e corremos o risco de ter um novo patrão, a falta de comprometimento do taxista com o usuário do sistema e o não compartilhamento do poder da prefeitura com a categoria. Isso é só pra começar!!!

Um novo ano começa, chegou o momento de sermos, prudentes, humildes, analisarmos fatos e históricos que permeiam nossa classe e escolhermos de que lado ficar. Não bastando para isso somente apoio verbal, mas tomar posse do seu ideal de liberdade e conquista e sair a campo. Há espaço para muitos e muita coisa pode ser feita em benefício da nossa categoria, basta acreditarmos, ter fé e não deixarmos que maculem nossos ideais profissionais de vida e família.

Abraços e até a próxima!

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Quem sou eu

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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