PENSAMENTOS

domingo, 23 de abril de 2017

A morte da praça

Antigamente os usuários de táxi, principalmente no Rio de Janeiro, tinham a preocupação de pegar carros de cooperativas. Quando faziam sinal na rua observavam se havia adesivos colados nas laterais dos carros, era uma garantia a mais, pois sabiam que pertencia a alguma cooperativa, associação ou ponto de táxi. Muitos colegas taxistas de forma covarde à época, ... por ser uma inverdade!, ... diziam que táxis sem adesivos eram piratas e não eram seguros! Lembram disso colegas? Como as coisas mudam não é mesmo?Hoje temos uma grande verdade pra dizer. Não há mais nenhum táxi pirata rodando. Com ou sem adesivo! Não vale mais a pena gastar com um "kit pirata" ( pintura, bigorrilho, taxímetro, selo falso, adesivo falso ) Todos os piratas que rodavam nos táxis foram pros App's de carros particulares. A praça legalizada está limpa graças a eles! E o que aconteceu com os passageiros? .... rs Foram usar os carros piratas! Não é incrível isso? Eles agora pegam carros sem adesivo, com vidro preto, placa cinza, até de outras cidades! carros novos, carros velhos, nem reclamam mais como reclamavam do Santana, lembram disso! É surreal, pra não dizer trágico cômico! Tudo isso travestido e mascarado pela palavra mágica do liberalismo: " Liberdade Direito de Escolha e Livre Mercado" Guardem bem essa frase pois ouviremos muito isso daqui pra frente... Quanto a nós, pobres taxistas mortais, legalizados e cumpridores dos nossos deveres, vamos amargurando os vícios do nosso passado. O ponto público que achamos ser nosso; porque vendíamos vaga! e tinha gente que comprava! A caixinha da fiscalização!, Os títulos caríssimos das boas cooperativas que faziam sua reserva de mercado e de clientes dificultando a divisão do bolo queimando corridas e piorando na eficiência do atendimento aos clientes, o mal colega profissional que negava corrida curta, fumava no carro, ouvia som auto, não se vestia decentemente sindicatos omissos e obscuros sem nenhuma moral pra limpar passados de interesses dúbios, exploradores de permissões públicas e o regime extorsivo das diárias. Tudo isso fruto de um regime capitalista selvagem. Apenas esquecemos que o mundo dá volta e nesse sistema sempre aparecerá um mais forte que você. Que aprendamos com nossos próprios erros; pro bem da evolução, por um ideal vivo da verdadeira libertação, a UNIÃO, que ela chegue breve, pois o caixão está encomendado.

sábado, 22 de abril de 2017

Renegado

Vinha devagar, observando a rua e fazendo minhas reflexões. Dois táxis a minha frente, ambos livres como eu. Observo um senhor no fim da rua a fazer sinal. Os dois táxis a minha frente não pararam, fiquei atento, observei. Era um senhor de idade com um copo na mão chapéu de couro estilo Lampião. A mão esticada esperando alguém parar. Parei pra ele. Homem bem simples, roupas maltrapilhas já embriagado. Senta na frente e pergunta se posso levá-lo a Feira de São Cristóvão. - "Claro que posso!". No caminho ouço o desabafo a dor e solidão de um catador de papel. Viúvo a 3 anos sem filhos e desprezado por familiares. A feira era seu refúgio pra extravasar, quem sabe até arrumar uma namorada!, - " Ele sorriu quando falei isso". O percurso foi bem curto, mas bom o suficiente pra escrever essas poucas linhas. Fiquei sem jeito de cobrar, ele fez questão de pagar, ainda elogiou o meu ar, dormiria no meu carro se tão caro não fosse ficar.
Não há aparência que não tenha uma história de vida por trás, tudo depende do nosso olhar.

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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