PENSAMENTOS

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Colocando o cabresto

É notório a exposição na mídia sob a realidade dos taxistas de todo Brasil e suas polêmicas nos últimos meses. Começaram com a luta pela permissão de trabalho, ações na justiça, protestos contra e a favor da licitação pública de novas permissões de táxi para libertar os auxiliares das altas diárias e logo depois vem o advento da pirataria com a Uber.
Agora estamos diante das regras de controle e conduta dos táxis em todos os municípios do Brasil, em especial São Paulo e Rio de Janeiro.
Ditar as regras de trajes, vestimentas e até o que pode ou não pode ser dito dentro de um táxi pelo taxista, me parece um tanto quanto exagerado. Concordo que há colegas que não se comportam adequadamente ao trabalho e devem sim se enquadrar em regras públicas, uma vez que lhe faltam as regras primárias de educação, postura e ética no trato com o público e com a prestação do serviço.
Mas, querer impor ou proibir o que se fala no táxi é surreal! Principalmente política!!!
Chega a ser ridículo esse ato em São Paulo. Isso me parece caracterizar que reconhecem que o taxista é um formador de opinião. E o é realmente! Escutamos rádio de notícias o dia inteiro, em função do trânsito e a maior rede de informação em tempo real que temos hoje em qualquer cidade grande são as redes WhatsApp dos taxistas. Isso nos dá um diferencial invejável. O taxista está conectado em tudo que acontece e muita das vezes é o principal informante da imprensa tradicional.
Ao invés de cerceá-los, seria mais inteligente agregá-los em projetos audaciosos e ambiciosos que poderiam prestar relevantes serviços a sociedade. Mas infelizmente falta uma grande organização interna na categoria que impede qualquer tipo de avanço desse tipo, pois a vaidade, os esquemas e posições de zona de conforto existentes, impedem voos mais altos.
Quanto ao passageiro que não quer ou gosta de papo, simplesmente, ele não dá papo e sabe muito bem se defender do taxista tagarela que o incomoda.
Mas há um pano de fundo muito interessante por trás disso tudo e das novas regras que estão por vir.
Esse plano é financeiro. A obrigatoriedade da aceitação de máquinas de cartão de crédito e débito em todos os táxis que circulam no país, tem como objetivo principal ter acesso e controle ao volume de dinheiro que circula nesse meio econômico. A conta é simples. Existem aproximadamente 500 mil taxistas em todo Brasil; se cada um deles faturar em média R$250,00 por dia, se tem o valor financeiro movimentado pelo mercado de táxi que o sistema econômico bancário quer ter acesso e controle.
Colocado os cabrestos em seus devidos lugares, vamos para a pista!
Até a próxima.


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Quem sou eu

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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