PENSAMENTOS

sábado, 17 de junho de 2017

O celular caro

Pego uma jovem desesperada na rua, ansiedade a flor da pele. Aparentava não mais que 22 anos. Estávamos na Urca. A jovem me pergunta se aceito cartão de débito, respondo que sim. Ela precisava chegar rápido na barra, comprara um celular pra dar de presente via internet e só tinha uma peça na loja do DownTown. Fiz a minha parte, andei o mais rápido possível sempre ligado nos caças níqueis da indústria das multas. Chegando ao local o taxímetro marcava R$59,00 viemos bem, trânsito bom e papo agradável. Faltava 10 min pra loja fechar, durante percurso emprestei meu celular pra moça pois a mesma alegava que o dela estava sem bateria e eu não tinha o carregador no carro. Fez uso do meu aparelho pra falar com o vendedor da loja que a aguardasse pois já estava a caminho de táxi. Ao descer do carro foi direto pra loja e me deixou esperando. Imaginei que iria voltar comigo. Pra quem iria apenas pegar um celular 10 min de espera é um tanto exagerado, notei que alguns acessórios faziam parte de novas compras, melhor pro vendedor que esperou pela cliente e faturou mais. A moça retorna eu abro a porta do carro como de costume pra ela entrar e sou avisado que a viagem não prosseguiria, ela iria ficar no shopping pra aguardar uma pessoa. Ela me passa seu cartão pra cobrar a corrida no débito como previamente combinado. Mesmo o relógio já marcando R$65,00 devido a espera, cobrei pelo valor marcado na chegada e pra espanto geral da nação o cartão não passou!
- Moça não autorizado! ....
- Como assim! Eu tenho saldo na conta, será que não é problema na sua máquina?..., indaga-me a jovem.
- Não senhorita usei a máquina hoje normalmente.
- O senhor tem conta no Banco do Brasil eu te transfiro o dinheiro agora via aplicativo.
- Tenho sim, anota aí.
- í moço mas eu estou sem bateria,.....  (bendita tecnologia quando funciona)
- Já sei, vou pedir ao vendedor da loja pra dar uma carguinha só pra te pagar.
Voltamos pra loja já arreando as portas. Conectado no carregador a jovem liga seu celular  entra no app do banco e constata que está sem internet também..... ( hora do sorriso amarelo)
- Moço passa a senha do Wi-Fi da loja, pede a jovem.
-  Eu não posso dar a senha diz o vendedor, ordem da gerência. O máximo que posso fazer e colocar e depois retirar do seu aparelho.
A jovem da o celular ao vendedor ele põe a senha. ... Ufa! Agora vai, potência de internet ligado na tomada. ( Espectativa, ... eu ela e o vendedor olhando pra inicialização de um app de banco)
Nada feito. "Erro na operação" ... Essa era a mensagem dada pelo app do banco.
Aí começa aqueles papos de críticos da informática. Quando dou conta já estávamos falando de versões do Android, aparelho bom e ruim, banco que presta e que não presta, virou um debate na loja até com a presença do gerente e toda equipe de vendas. Todos interessados em saber como esse homem vai receber sua corrida.
Querendo resolver logo o problema lembrei-me do velho amigo que já me salvou muitas vezes. O cheque!
- Moça faz o seguinte me paga com um cheque!  ( Espectativa geral na loja)
- Eu não tenho cheque!!! ( Frustração geral)
De repente surge a solução esperada! ....
Se vocês correrem tem uma máquina 24h lá no fundo do shopping, diz o vendedor.
Lá fomos nós de passo apertado rumo ao caixa eletrônico.  A jovem coloca o cartão tenta fazer operação de saque e transferência e não consegue. Aí pra mim foi o limite. Percebi que a moça não tinha dinheiro mesmo. Estava aflita trocando mensagem com alguém via SMS com a pouca carga que deu no celular durante estada na loja. Alguma coisa não deu certo no planejamento dela pois a fúria era nítida no seu semblante.
- Como vamos resolver nosso problema? Já passa de 40 min desde que chegamos, vou pagar estacionamento e você precisa acertar comigo.
Então a jovem me pergunta se eu aceitaria cartão de crédito. Embora não tenha sido o combinado eu disse que aceitaria pra resolver o problema. Passei o cartão e recebi meu serviço. Notei que a preocupação da jovem aumentou mais ainda. Perguntei a ela se voltaria pra casa de táxi devido a hora, me respondeu que não. Ficou a dúvida porque tanta preocupação e nervosismo após me pagar e porquê não resolveu antes, já que ela sabia que estava sem dinheiro.
Até a próxima.

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Quem sou eu

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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