PENSAMENTOS

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Os "loucos" fazem bem a sociedade


Sai de casa hoje não muito animado, afinal de contas é segunda feira. Pego um ônibus em direção ao Metrô, ao entrar, escuto alguém falando; " o Flamengo é muito ruim!, o Flamengo é muito ruim, o Flamengo é muito ruim!" repetida vezes. Como bom Flamenguista procurei observar quem era pra saber se era uma discussão de futebol em plena 2a feira num ônibus lotado. Percebo um jovem rapaz em pé, que começa a fazer várias perguntas desconexas, do tipo; o Botafogo joga hoje? o zoológico está aberto hoje?, que horas são? e o Maracanã vai abrir hoje? Percebo ser um jovem ESPECIAL com problemas neurológicos. Sua mãe sentada, pede pra que ele fique quieto. Aí é que o garoto falou mais ainda! Alguns passageiros começam a ficar de cara amarrada dentro do ônibus com a alta voz do rapaz. No dia da preguiça poucos distribuem sorrisos. Uma pessoa sentada a minha frente resolve levantar e ceder o lugar ao jovem rapaz, ele aceita e começa a conversar com quem? Isso mesmo, EU! Me fez várias perguntas e fui respondendo a todas elas com educação e tolerância, algumas perguntas eram bem inteligentes não compatíveis com alguém portador de problemas neurológicos. Dois pontos antes de descer, entrou no ônibus uma bela mulher e um rapaz de boa aparência também. Nessa altura do campeonato, eu já sabia o nome do rapaz, era Raul. Raul imediatamente perguntou ao casal que entrava no ônibus: - "vocês são namorados?"... a moça riu sem entender nada e respondeu rindo, - " Não!". O rapaz também riu. Raul mandou logo outra pergunta: - " Já que vocês não são namorados, quer namorar comigo?" ( risos total no ônibus ) Pra terminar com chave de ouro ele fala pro rapaz: - " e você pode namorar a minha mãe, ela também gosta de homem bonito!" ( gargalhadas geral no ônibus) Moral da história. Certas "loucuras" que parecem um desequilíbrio, demonstram como estamos distantes de relações mais abertas, amistosas e como são necessárias pra temperar esse mundo que vivemos, onde muita das vezes temos medo, vergonha de dizer que amamos, achamos belo. Com certeza o jovem Raul que num primeiro momento desagradou algumas pessoas, transformou a 2a feira de todos que estavam naquele ônibus, inclusive a minha.

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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