PENSAMENTOS

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Rock in Rio 2011, por um mundo privatizado!

    

Alou alou moçada do Rock, da música, da balada e do show business!!!! Uhhuullll!!
Estive afastado do meu blog por umas semanas e não tinha como voltar hoje sem falar sobre esse mega evento ocorrido no Rio nos dois últimos finais de semana.
Bem ao meu estilo, não devo relatar o que a maioria da midia já relatou a respeito do evento. Sabemos que foi um evento super organizado, bem elaborado e dentro dos padrões internacionais de espetáculos.

Muita gente faturou alto com o evento, a começar pela Dona da marca a empresa Artplan do empresário Roberto Medina, que aliás, adotou uma estratégia de terceirização do evento, alocando sua marca para organizadores internacionais profissionais no ramo dos megas eventos. Toda equipe foi trazida da Europa, precisamente de Portugal. O pessoal é bom no que faz e daí o sucesso do evento. Alguns tumultos e reclamações na primeira semana foram registrados, algo normal em um evento dessa proporção. Preços caros em tudo que era vendido lá dentro e no setor de alimentos e transportes, filas quilométricas para comer e também na hora de pegar o ônibus de volta pra casa. As pessoas que estavam exaustas após 8 horas de espetáculos e quiseram um pouco mais de conforto, ao evitar a fila dos ônibus fretados, procuraram por táxis e as surpresas começam aí. Os táxis na primeira semana não puderam entrar no evento, tinham que deixar as pessoas a 3 quilômetros de distãncia e o mesmo percurso tinha que ser feito na volta para apanhar um táxi. Essa foi a reclamação das pessoas que queriam uma exclusividade maior para voltar para casa e não tiveram. Quem quiz trabalhar teve que ficar em pontos estratégicos da cidade para esperarem os ônibus chegarem e pegar as famosas corridas caroço.

Aí começa a minha crítica. Os empresários de ônibus faturaram alto com o evento, é lógico que o jabá foi forte! Alguém tem dúvida que muitos acertos de financiamento de campanha eleitoral estão sendo pagos com esses grandes eventos ocorridos no Rio? Eu não tenho a mínima dúvida quanto a isso! Muitos pagam para estarem nesses eventos, outros lá estão porque já pagaram muito tempo antes.... Captou minha mensagem ó poderoso leitor? A logística envolvida com o poder público, Estado, Município e iniciativa privada é muito grande. É o nosso rico dinheiro dos impostos alocando funcionários públicos, policiais, guardas e fiscais de trânsito a serviço da iniciativa privada!!! Não é o máximo isso? Esse é o grande negócio do século XXI, os GRANDES EVENTOS ao ar livre com a utilização da mão de obra pública! Será que os policiais, guardas e demais envolvidos ganharam hora extra? Tenho minhas dúvidas.
E nós taxistas, que somos acusados que só trabalhamos no "tiro"(cobrar além do taxímetro) nesses eventos, "em parte é verdade e se aplica a alguns colegas", ficamos chupando o dedo na primeira semana.
- "Ahh... mas espera aí!!! já que as pessoas reclamaram da falta de táxis ao final do evento, vamos abrir uma excessão para um grupo seleto de taxistas! IREMOS VENDER A CREDENCIAL DO ROCK IN RIO para algumas cooperativas e alguns taxistas, igualzinho fazemos todos os anos no Carnaval Carioca". 

E assim foi feito. Na segunda semana, lá estavam os seletos pagadores de credencial.
E a minha credencial pública feita pela própria prefeitura do Rio que me dá o direito de transitar por toda cidade, não tem valor algum diante de um evento privado! ISSO É NORMAL? É algo impossível ao organizador de um evento dessa magnitude pensar em uma parceria organizada com a categoria dos taxistas? Talvez seja porque não exista uma entidade a altura, organizada o suficiente para bancar algumas campanhas eleitorais; no máximo um acordinho com um vereador e olhe lá!!! O quilômetro rodado que foi cobrado pelas empresas de ônibus foi no mínimo 3 vezes mais que o normal comparado ao percurso que fizeram. Isso não é tiro? Pior... é um tiro lícito com a conivência do poder público!
Alguns colegas de profissão que conseguem mais de uma credencial, não sei como isso acontece, ou melhor, sei sim rsrss ainda revendem mais caro pro colega que não conseguiu. Os que não conseguem utilizam da velha tática de sempre, o suborninho nas barreiras polícias para chegarem próximo do evento, os demais ficam na goteira a espera de um possível passageiro! Essa é a realidade de sempre na praça carioca. Em quanto isso... nas portas de algumas boates cariocas o "tiro" comia solto.... e os fiscais,... todos no Rock in Rio!
É isso aí meu caro leitor, se melhorar o serviço de transporte público estraga!!! Viva o Metrô até a Barra, Recreio, Rio Centro, etc..etc...etc..  Será que vai funcionar tudo direitinho até os próximos eventos que estão por vir? Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo, outro Rock in Rio e Olimpíadas. Tenho absoluta certeza que com essa política de transportes a cidade vai parar! Até a próxima.

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- Cientista Político - Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Colaborador do ECOPOL - Núcleo de estudos econômicos e políticas públicas, nas relações entre Capital e Estado (Nelutas - UNIRIO)

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